A magnificência do califa Mostanser Biliah, no século XI, faria inveja a um Luís XIV; o monge papa Silvestre II, "o homem mais notável de sua geração", humilde de nascimento, tem a fortuna de ser educado nas universidades árabes da Espanha, e traz de lá um tal saber, que os bárbaros da Europa Central o consideravam feiticeiro, que outra explicação não achavam para tanta ciência, em segurança de pensamentos.
Isto era em 990, séculos antes da fundação da Universidade de Paris. Humbolt tem os árabes como fundadores da ciência positiva moderna; em 833, já o califa El-Mamom fundava observatórios em seus domínios, e fez medir um grau nas planícies de Palmira. Ao findar do século de Silvestre II, os sábios das universidades árabes jogavam francamente com a trignometria esférica, e Abul-Vaja (600 anos antes de Tycho-Brahe) calculava a terceira variação lunar. Finalmente, era corrente, para eles, toda essa astronomia que os sábios ocidentais, do século XVI e do XVII, descobriram nos livros árabes.
A SOCIOLOGIA FRANCESA
Feita numa história restrita, a França mais se isola quanto mais se enfaixa, assim, de presunções. Na França nasceu a Sociologia, primeira expressão do "positivismo". Ora, apesar do nome, nada menos positivo do que essa construção, onde se prende a evolução do espírito humano à célebre "lei dos três Estados", onde se faz da "ordem" condição essencial à mesma evolução. Por isso mesmo, contemplemos a obra de Comte. Ela nos aparece com grandeza de gênio, mas rígida em proporções geométricas, incompatível com a maleabilidade da vida, pois toda essa obra é armada em generalizações preconcebidas.
A intenção evidente era dar uma fórmula da vida bem humana, na ascendência para uma socialização cada vez