O Brasil

Nele, no nacionalismo, fala concretamente a defesa da tradição. Diletantes de patriotismo, insinceros, moles e tíbios, desarticulados de convicções, desmentem o empenho de afirmação nacional, e a condenam para evitar os choques provocados pelas atitudes nítidas e intransigentes.

E afastam-se mais depressa ainda, a fugir da vilta lançada sobre o nacionalismo, pelos que precisam enfraquecer o espírito de nacionalidade para terem as mãos livres, na exploração de que vivem. Que se afastem: não são esses os que fazem os destinos das pátrias. Aos que não se envergonham de pertencerem a uma tradição, se querem ser humanos, justos e bons cidadãos, se precisam de justificar-se perante a própria consciência, que leiam um Hoffding, humano, mas imparcial no assunto. É ao fazer moral filosófica, moral de quem nunca foi outra cousa senão psicólogo, moralista, e filósofo: "O sentimento nacional só se torna claro na consciência, chocando-se e irritando-se contra os estrangeiros. Uma lei pscológica quer que seja necessário um contraste mais ou menos forte para dar a um estado de consciência o seu caráter nitidamente acentuado...

O sentimento nacional só pode existir, em pleno ardor, manifestando-se com a força cega do instinto. Ele foi uma poderosa força histórica... e teve por efeito manter e fazer crescer a coesão nacional".

Condição natural, necessária, na realização da sociedade humana, o nacionalismo não deve ser considerado degradante, ou motivo de menosprezo. No caso, a grandeza de ânimo não estará em negá-lo, mas em elevá-lo, depurando-o de tudo que é agressivo e inumano. Para tanto, não é preciso diminuir o zelo com que consideramos a nossa própria pátria,como para amar e estimar aqueles que no-lo merecem, não desistimos do orgulho com que nos consideramos a nós mesmos. Como povo, reconhecemo-nos numa tradição, e, como fórmula,