as mesmas colônias minas da metrópole, sem preocupar-se com os meios de fazê-las prosperar.
Essa política foi sustentada com uma seguridade terrível e uma energia inabalável. Também as colônias de Portugal ficaram sendo as piores do mundo. Uma pequena exceção abriu-se-lhe, apenas, em favor de Inglaterra, cujo governo já se sentia pesar sobre a corte de Lisboa.
Pelo alvará de 25 de março de 1650, foram os navios ingleses admitidos a entrar nos diversos portos do reino, e, pelo de 4 de julho de 1657, considerados como portugueses relativamente ao comércio das ilhas, não pagando direitos maiores do que eles.
Conquanto daí em diante se houvesse permitido aos holandeses e aos ingleses residir, em número diminuto, e até enviar navios ao Brasil, estava isso em desuso no século XVIII, tendo-se tornado interdito para todas as ilações o acesso da colônia. Segundo o historiador Southey, sob o governo do marquês do Lavradio, vice-rei em 1770, os mesmos navegantes estrangeiros que arribavam aos portos do Brasil não podiam reparar aí suas avarias senão desembarcando as mercadorias, que se enviavam para Lisboa e eram vendidas a fim de se pagarem os direitos da alfândega e as dívidas contraídas no porto!
Todos sabem que à fuga da corte, amedrontada com a invasão francesa, devemos a abertura de nossos portos, obtida pelos ingleses, e, como resultado próximo, a mesma independência. A carta régia de 28 de janeiro de 1808, endereçada pelo príncipe-regente foragido ao conde da Ponte, governador e capitão-general da Bahia, realizou a mais importante revolução nos hábitos, nas tendências e nas ideias comerciais de Portugal.