definitivamente 292 reclamações, correspondentes, em cinco anos e meio, a cerca de 49,5 por ano, ou a 16,5 por cada membro no mesmo período.
Não esqueçamos uma cousa mais importante ainda, a saber, a maneira por que se executam os contratos celebrados com a administração. Geralmente, os bons comerciantes evitam contratar com o governo, que, assim, se vê restrito a aceitar as propostas de pessoas pouco idôneas. A que se deve imputar isso? Por um lado, sem dúvida, à circunstância de não haver todo o escrúpulo nas preferências depois da concorrência; por outro, sobretudo, às delongas no recebimento e arrecadação dos gêneros fornecidos, no processo de exames e no dos pagamentos estipulados. O pagamento é um verdadeiro suplício para o contratante. Desde o processo de entrada do objeto na estação respectiva até o recebimento do dinheiro no Tesouro, há tantas evoluções, tanta formalidade, tanta demora, que o negociante sofre, queixa-se e arrepende-se do seu contrato, que protesta ser o último.
Nas repartições da Marinha e Guerra, é que se ouvem mais repetidas reclamações. Há, em cada um desses ministérios, contadorias, estações fiscais, que, por amor, dizem, dos interesses da Fazenda, instituem exames e fazem processos que têm de ser repetidos depois no Tesouro. É tão arraigada, porém, a rotina que esta circunstância, em vez de facilitar o expediente dos negócios, complica-o e demora-o mais em cada uma das instâncias. Não é, por exemplo, a satisfação de multas, legitimamente impostas, que pode afligir os contratantes honestos; são as formalidades, as dependências, as questões minuciosas que se levantam, a propósito de uma pequena multa, embaraçando às vezes pagamentos avultados.