As culturas negras no Novo Mundo. O negro brasileiro - III

Na América Francesa(Haiti, Pequenas Antilhas Francesas, na Louisiana do século XVIII), a cultura principal e de origem daomeiana (ewe): culto vodu) no Haiti, com o panteão daomeiano, culto da cobra, Dan) ou Dangbé), a teoria da liturgia religiosa, com os vodu-no), papalois) e mamalois), práticas mágicas e funerárias, crenças dos zombies), a possessão, o folclore, a cultura material, estudados com detalhes no capítulo do Haiti.

Na América Espanhola e Portuguesa (Cuba, Brasil), a cultura predominante foi a iorubá), ao lado de outras de menor influência (culturas bantus e outras).

No Brasil, embora principal cultura estudada tenha sido a iorubá)(1) Nota do Autor podemos, das pesquisas realizadas (Nina Rodrigues, Manuel Querino, Arthur Ramos e outros pesquisadores) distinguir três padrões principais de culturas, como vimos: a) culturas sudanesas da subárea ocidental do golfo da Guiné (sobrevivências culturais da Costa do Escravos: iorubá) e ewe), e em grau menor, da Costa do Ouro: fanti-ashanti)); b) culturas sudanesas, negro-maometanas (a cultura malê); c) culturas bantus, provenientes das áreas do Congo e da área oriental do gado (principalmente angola-conguenses) e moçambiques).

O destino das culturas negras no Novo Mundo foi o mais imprevisto possível. Aqui elas se amalgamaram umas com as outras e não se conservaram em estado puro. Além disso, a conservação dos elementos sobreviventes foi desigual. Podemos mesmo traçar uma curva, que começa com os Bush Negroes) da Guiana Holandesa e termina com os negros citadinos da América do Norte. No início desta curva, temos uma relativa pureza da cultura negra. No interior das selvas da Guiana, os egros conservaram quase intactos os seus padrões culturais de origem.