nos aspectos físicos, o mesmo, quase idêntico, nos aspectos morais, tão imperceptível a alteração que o evoluir normal das cousas lhe teria produzido.
Lê-se ainda hoje com prazer essa descrição do sertão do São Francisco e do Alto Rio de Contas, com trajeto da Carinhanha, por Monte Alto, Caetité e Vila Velha; a do Bom Jesus sobre os montes da Itubira; a das lavras diamantinas, com, os seus poços e grunas no turvo Paraguaçu; a das matas virgens dentre o Sincorá e a Chapada de Maracás. Com prazer, que a bela tradução ainda faz avultar, pois que com tanto amor e escrupulosa lealdade a fez o Dr. Pirajá, se acompanha a narrativa do ilustre viajante na parte que mais diretamente afeta à nossa cidade do Salvador, de há um século atrás, as suas construções, os seus costumes e os seus aspectos naturais, tão pitorescos e tão variados.
O autor sente-se animado de uma real e nunca desmentida simpatia. Vê o lado bom e próspero das cousas e o aponta e o descreve com tanto escrúpulo e minudência quanto é o seu tato e o seu modo cavalheiro de ver e de referir o que, por ventura, o tenha chocado ou se torne passível de reparo.
Nesse período da nossa história, quando o Brasil-Reino, refúgio da dinastia de Bragança e cabeça da monarquia portuguesa, ensaia os primeiros passos para a independência nacional, a cidade do Salvador, com deixar de ser o centro do Governo, não perdera, contudo, ainda a sua importância de porto comercial de primeira ordem, como empório que era, a esse tempo, da exportação do açúcar. A ascendência econômica que daí lhe vinha