Através da Bahia – excertos da obra Reise in Brasilien

O nosso hospedeiro na Bahia, o Sr. Felisberto Caldeira, nos animou a fazer esta excursão e nos traçou o mesmo roteiro, pelo qual ele e o Sr. A. F. Mornay, no ano de 1811, visitaram o lugar.

Informados de ser a estrada pela fazenda Camuciatá, margeando o Rio Itapicuru, pela falta de água e pelas emanações malignas do rio quase seco, mais perigosa, do que a estrada para Vila Nova, só nos restava este último caminho.

Deixamos os animais de carga e a bagagem na vila, aos cuidados do juiz local e, escoteiros, empreendemos essa excursão de umas 20 léguas, em cavalos alugados, acompanhados por um sertanejo conhecedor do caminho. A 16 de maio saímos da vila, às 9 horas da noite, e viajamos à luz das estrelas, durante duas horas, até a pobre fazenda Joá.



Joá e Pouso

Pela madrugada montamos de novo, para termos tempo de dar de beber aos animais no Pouso, outra pequena fazenda, distante três léguas.



O alicuri

Aí observamos a pobreza e a miséria em toda sua plenitude. Os habitantes eram obrigados pela falta absoluta de mantimentos, consequência da seca, a preparar da medula dos espigues da palmeira alicuri (Cocos coronata, Mart.) uma espécie de broa, que não é mais rica em princípios nutritivos do que o pão dos normandos,