Aí se perfilam, no céu azulado da nossa terra, as suas serras e montanhas, marulham as suas cachoeiras e cascatas, farfalham as suas folhas, sopram as suas brisas, deslizam os nossos rios; a vida trepida por toda a parte.
O martelo do geólogo bate, de instante a instante, sobre o granito e sobre o quartzo; esmaga cristais, desagrega aqui a pirite, pulveriza ali o gneiss, adiante porfiro, basalto, diorite e não cessa nunca; através das cumiadas, das planícies, dos vaIes, das grotas e dos chapadões, por entre argilas, ocas e xistos; cai sobre todos os estratos, fende todas as camadas; de vez em quando tritura mármores e alabastro e o olhar do sábio tudo devassa.
O ouro, o cobre, o manganês, o níquel e as gemas mais preciosas das entranhas da nessa terra, jazidas minerais de toda a espécie, desde as formações carboníferas, brilham e reluzem diante dos seus olhos.
Classifica todas as formações por onde passa; desenterra fósseis, verifica identidades geológicas, formula hipóteses, descreve rios, encadeia serras e montanhas, mede altitudes e profundidades, faz observações meteorológicas, anota climas e temperaturas.
A travessia de Martius pelos nossos sertões desperta e aguça viva curiosidade, absorve, empolga. A todo o momento ocorre uma surpresa, se experimenta uma emoção. Ele a comunica e faz a quem o lê companheiro de jornada que de logo, se familiariza com os seus processos e métodos de saber ver e penetrar. É como investigamos com ele a origem do enorme bloco de 2.616 libras de cobre, encontrado nas formações graníticas de Cachoeira; e, mais tarde, nas caatingas de Monte Santo, muito antes de exame, uma observação geral da zona, sem alterações em consequência de catástrofes netunianas, "os contornos arredondados e uniformes dos morros, a regular alternativa das colinas, montes e vales, a falta de vestígio de vulcões extintos,