Através da Bahia – excertos da obra Reise in Brasilien

a extratificação imperturbada das camadas geológicas, já nos autoriza a concluir com ele sobre a natureza estranha ao local do meteorito do Bendegó.

Nada escapa ao sábio. Não lhe passam despercebidas as diversidades climáticas, botânicas e geológicas das regiões visitadas.

Percorre matas virgens, intactas, do Almada e do Cachoeiras, no sul da Bahia colonial e tala catingas, tabuleiros e carrascos nas zonas do interior.

Aqui, dentro do seu envoltório atmosférico, saturado de vapores d'água, os gigantes florestais se erguem e lutam contra a própria uberdade nativa e a "desordenada força criadora", projetando "ramificações da sapopema, que se irradiam dos troncos, para apoio cada vez maior do seu imenso peso", assentando-se "sobre verdadeiras pirâmides, profundamente sulcadas" ou mecanicamente predispostas, que lhes forma o embasamento de estabilidade e resistência.

Ali é a flora despida nos estios, lutando contra a natureza sobre um solo árido, desnudado, às vezes, de todo o humus, até a rocha primitiva, de formação plana, expessa e sólida, favorecendo a rápida fluência das águas e desfavorecendo os fatores biológicos de fermentação e decomposição das matérias orgânicas.

Por aí, nesse meio em que as rochas desafiam à ação mecânica e química da transformação da crosta da terra,

as espécies se enrijam na luta pela vida, segregando resinas e látex, umas, outras como as cactáceas se abastecem

das próprias reservas de umidade, passa o sábio encontrando as relações existentes entre o solo, o clima e a vegetação com uma maestria e profundeza dignas de nota.

Os nossos rios característicos dessa região, as variedades das nossas caatingas, do carrasco aos gerais e cerrados

compactos; as migrações da fauna, as enchentes súbitas e