"À medida que aumenta o calor do sol, o gado, perseguido pelas mutucas, abandona as queimadas, procurando os descampados, oportunidade que é aproveitada pelos vaqueiros para reunir o maior número de reses. Quando o lote já se eleva a numerosas peças, os vaqueiros abalam o rebanho em direção ao vaquejador(4) Nota do Autor, picadão aberto no mato e que chega até o pátio do curral. Um dos vaqueiros, armado, como os demais, de aguilhada (vara de cerca de dois metros tendo numa das extremidades um ferrão de aço, encoberto em parte por uma correia que lhe gradua a ponta ao penetrar na carne do animal), marcha na frente do lote e entoa "uma melopeia em tom especial, com a qual o gado se acostuma, acompanhando o cavaleiro que lhe indica o caminho a seguir".
"Dois cavaleiros se emparelham com o gado que marcha na frente do lote, dois outros o seguem com as cabeças dos animais trabalhando por dentro da linha de ancas dos cabeceiras e os outros na mesma ordem, formando um quadrado afunilado de cavalheiros, terminando por dois vaqueiros que seguem no coice da manada enxotando as reses recalcitrantes na marcha. Quando a formação é perfeita o gado só pode fugir entre o guia e um dos cabeceiras, cabendo a estes dois seguirem no encalço da rês fugidia, enquanto os outros cercam, o lote e permanecem com o mesmo rodeado, à espera dos companheiros que se afastaram em busca da rês recalcitrante através das galhadas. A aguilhada escondida na curva do joelho, com o ferrão protegido pela mão do vaqueiro, segue de arrasto até que a rês atingindo uma região mais limpa, permita ao cavaleiro utilizar-se do ferrão, apontando para o alto da cernelha, no quarto traseiro, e lhe imprima um movimento para