a frente, que faça a rês perder o equilíbrio e rolar por terra em frente ao vaqueiro e ao cavalo experimentado que a dominaram. Uma vez por terra, é difícil que a rês insista em desobediência aos intentos do seu dominador. Levanta-se e se dirige imediatamente em direção ao lote que permaneceu rodeado, prosseguindo o lote em direção ao vaquejador."

A passagem do gado para o curral dá lugar a uma sequência de proezas e peripécias, os cavalos investindo sem qualquer solicitação dos seus donos atrás de alguma rês fugitiva.

A descrição acima mostra de maneira inequívoca que a vaquejada é, no sentido mais amplo, uma prática essencialmente solidária, dependente do esforço conjugado de todos os que da mesma participam.

Além das vaquejadas, há várias oportunidades em que os vaqueiros fazem apelo à ajuda mútua.

"Se uma rês desaparece, ou dá cria em lugar distante e ignorado" - informa Joaquim Alves,(5)Nota do Autor - "se um novilho ou um boi erado torna-se arisco ou de difícil apanha, é comum os vaqueiros se reunirem para dar um campo, e, ainda, na partilha das vacas, quando chega o tempo de separá-las dos bezerros. "

"Os vaqueiros, reunidos no pátio da fazenda, sob a direção do chefe do serviço, distribuem entre si a tarefa a realizar, consistindo a mesma em bater determinada área da caatinga onde se presume que a rês se encontra, voltando ao pátio só depois de realizada a sua batida. Botar em um animal orelhudo, isto é, sem ferro nem sinal, é a parte mais difícil da vaqueirice, que só o sertanejo ágil e forte pode levar a bom termo, pois terá de lutar com o próprio animal, que, batido, poderá se voltar e enfrentar o seu perseguidor, dependendo, então, do sangue frio do vaqueiro o êxito