de sua missão, pois as armas de um boi de três anos, finas e longas, podem ocasionar a sua morte.

"O adjunto da partilha das vacas, verificado na chapada da serra do Araripe, na área destinada à criação, é um movimento interessante, pois todos os vaqueiros dos municípios caririenses que servem em Pernambuco reúnem-se, em dia determinado, para realizar a separação do gado. A cordialidade é o traço dominante do trabalho. O auxílio mútuo é a norma aceita por todos."

"Amo e vaqueiro, isto é, patrão e empregado, realizam o mesmo serviço com a mesma camaradagem. As vacas leiteiras descem para as fazendas pernambucanas. Na época da sôlta, igual função se verifica. Botam para a serra gado habituado a pastar na chapada."

Ainda nas zonas pastoris nordestinas, a criação de gado maior assume algumas vezes aspecto de compáscuo, donde se derivou a prática solidária das juntas e apartações a que se referia Irineu Joffily na última década do século passado:

"Pelos fundos dos pastos, encontravam-se e confundiam-se os gados de umas fazendas vizinhas com os de outras, já da mesma ribeira e já de ribeiras diversas, e isso deu causa ao hábito das juntas e apartações no fim da cada inverno. Esta prática consistia nas vaqueiradas gerais nos campos de cada fazenda. Apreendido o gado estranho, marcava-se dia para a apartação, a que acudiam numerosos vaqueiros de diferentes lugares, a fim de conduzirem as reses de sua conta, termo que empregam no sentido de administração"(6) Nota do Autor.