assinalados na vaquejada nordestina e de algumas zonas do Leste.
No sudoeste baiano, na subzona pastoril do rio Pardo, conforme estamos informados, o auxílio mútuo é usado com alguma frequência no ajuntamento e transferência do gado de uma manga para outra, na contagem, na castração, na ferra. O espírito de solidariedade entre os vizinhos se manifesta também durante os surtos epizoóticos (aftosa, etc.), ajudando-se todos de boa vontade em várias tarefas, como, por exemplo, as de vacinar o gado e cortar o gabarro de animais afetados. Estes serviços geralmente são levados a cabo com a presença, na fazenda, dos proprietários residentes nas cidades, os quais autorizam a colaboração do empregado ou vaqueiro-chefe em tais práticas, até pelo espaço de um dia, quando a natureza das mesmas assim o exige. Os próprios fazendeiros participam amiúde desses trabalhos, e almoçam na sede da propriedade que está sendo ajudada, ocasião que é também aproveitada para que se entabulem negócios de compra e venda de gado.
Sabe-se, todavia, que em várias zonas estes hábitos estão em declínio, em face das transformações que se vêm processando nas atividades pastoris.
Ao antigo regime de trabalho do vaqueiro (sócio menor do patrão, caracterizado por uma espécie de partilha em que de ordinário lhe cabe a quarta parte das crias, vem sucedendo nos últimos tempos o pagamento em dinheiro, com todas as suas consequências. No sistema da quarta, de cada lote de quatro bezerros (às vezes cinco), um cabe ao vaqueiro, tocando ao amo, em certos casos, fazer a primeira escolha, e ao vaqueiro a segunda. Daí o nome de sorte por que é também conhecido o sistema, hoje só encontrado nas zonas em que ainda não se fez a substituição do gado leiteiro de qualidade inferior pelo de gado de raça ou raceado.