Mutirão: forma de ajuda mútua no meio rural

Em prosseguimento, Willems observa que entre os colonos de Santa Catarina a cooperativa é um elemento relativamente novo, desconhecido na cultura originária, sendo transplantado, mais recentemente, pelos imigrantes. Coisa diferente verificou-se no Rio Grande do Sul, onde, conforme o autor que está sendo citado, Lackmann, no começo do século atual, encontrou cooperativas. "Em 1935, existiam inúmeras cooperativas no município de Blumenau, mas em nenhum município vizinho de Brusque. Pois os imigrantes alemães que, em 1860 e 1861, se fixaram em Brusque não conheciam essa instituição, que só depois se difundiu na sociedade rural germânica. Também não entraram mais imigrantes depois de 1880, ao passo que Blumenau recebeu correntes quase ininterruptas, mesmo depois de 1918."

Ainda de acordo com Willems, predomina no Rio Grande do Sul o sistema cooperativo tipo Raifeisen, sendo de notar que, com a difusão do sistema, também as populações luso-brasileiras o aceitaram. "Embora novo" - conclui - "o cooperativismo "encontrou, na cultura de não poucos imigrantes alemães, elementos aos quais pôde ser associado. Foram sobretudo as reminiscências da Allmende, quer dizer, das terras comunais de cujo usufruto todos os membros da comunidade participavam. Parece que as experiências relativas à Allmende facilitaram a integração da cooperativa na cultura teuto-brasileira."

Outro escritor, Zedar Perfeito da Silva, lembra, em trabalho recente(5) Nota do Autor, a importância das sociedades constituídas nos primeiros tempos para a formação do estado atual da cultura e progresso dos colonos alemães do vale do Itajaí. Com a renda obtida nas festas realizadas no Salão de Atiradores, é que se foi ampliando o

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