casos em que, pela natureza do trabalho, era muito vantajosa a rápida conclusão de serviços, tais como a semeadura de batata, construção de moradia e outros semelhantes. A cantiga durante os trabalhos, o jantar regado com muita aguardente e, às vezes, o baile como final da festa, eram traços adotados nos mutirões de japoneses. Um sitiante, muito antigo, informou-nos o seguinte:
"Quando se tratava de barrear ou erigir a casa de japoneses, ajustava gente para trabalhar ligeiro; eram de quinze a vinte pessoas e, raramente, chegavam a cinquenta. No mutirão, os japoneses cantavam a seu modo e nós, a nosso modo. Mas, achávamos muita graça na maneira de cantar deles."
"Com a afluência de um número maior de japoneses na região, o mutirão passou a constituir uma forma de cooperação comum nas épocas de plantio de batata. A inovação introduzida pelos japoneses nos padrões tradicionais consistiu na divisão de trabalho: O grupo participante do mutirão era dividido em várias turmas, cada uma destas encarregada de um determinado trabalho, tais como fazer o arruamento, depositar sementes nas covas e proceder à adubação. Mesmo as mulheres eram mobilizadas nos mutirões, cabendo a uma turma delas a tarefa de preparar a comida. A fácil aceitação do padrão pelos japoneses parece que se deve a uma similar instituição na zona rural do Japão, da qual tinha conhecimento a maioria dos imigrantes."
"Outra circunstância que facilitou aos japoneses a adoção do mutirão foram as festas e danças da cultura tradicional da região. Dessas danças, os japoneses participaram, no princípio, com o fim de travar conhecimento com os moradores e conseguir, dessa maneira, a