Mutirão: forma de ajuda mútua no meio rural

coloniais. Está no caso o mutirão dos indígenas, que tomou o nome português de adjunto, que permanece na vida rural, ao lado de outros costumes daqueles tempos"(3) Nota do Autor.

Nessa mesma ordem de ideias, colocou-se o Boletim Geográfico, ao comentar na sua Resenha:

"Quem conhece o Brasil, quem estuda sua evolução social e econômica, certo conhece o mutirão. É uma instituição antiga que herdamos dos nossos índios. Muchirão, muquiram, mutirão, como quer que se lhe chame - existem múltiplos variantes da palavra -, o fato é que o fenômeno aparece, desde muito cedo, anotado pelos observadores da realidade brasileira, viajantes estrangeiros ou cronistas indígenas. Observou-o, dentre outros, Couto de Magalhães. Modernamente, o sociólogo Emílio Willems foi encontrá-lo entre as populações de ascendência germânica, de Santa Catarina"(4) Nota do Autor.

Ainda recentemente (10/3/1954), em comunicação feita à Comissão Nacional de Folclore do IBECC (Comissão Nacional da UNESCO), José Jambo da Costa, se bem que reconhecendo a universalidade do costume, afirmou sua origem indígena entre nós.

A responsabilidade pela tese contrária, isto é, a que dá ao mutirão origem africana, coube inteiramente a Arthur Ramos, o qual, de passagem, sem o propósito de debater o assunto, antes a título de ilustração, escreveu:

"Várias organizações recreativas e econômicas, já aculturadas, reconhecem certas origens bantu, como a roda de capoeira, o mutirão ou putirão, os quilombos, etc. Sobre a capoeira, nos referiremos depois, quando

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