Ruy trabalhara de um modo incrível, como todos haviam previsto. Não só no parlamento, onde esteve sempre ao lado de seu amigo Rodolfo, mas também na administração, em que, por trás da cortina, se desdobrou com espantosa atividade. Rodolfo não pôde fazer mais do que expedir dois decretos: um sobre concursos no Colégio Pedro II, outro sobre o ensino da farmácia, ambos sobre instrução pública, a sua especialidade. Mas os seus planos eram vastos e tinha muito trabalho preparado. Ruy passava noites em claro elaborando planos e escrevendo regimentos. Às vezes, de volta do teatro, encontrava à porta da casa a ordenança do Ministro. Era um trabalho urgente para o dia seguinte. E quando todos se iam deitar, ele se punha à mesa e varava a noite debruçado sobre papéis. Em meio de toda essa tarefa, escreveu o discurso sobre o Marquês de Pombal. A parte referente à Instrução Pública do Relatório do Ministro é de sua lavra. A sua saúde alterou-se e os parentes se preocuparam com visíveis traços de surménage. É dessa época o seguinte bilhete:
Primo Jacobina
Peço-lhe o favor de ler o regulamento junto, e dar-me por escrito a sua opinião sobre as alterações que lhe parecerem convenientes.
Desculpe mais esta impertinência.
de seu amigo de C.
RUY
S. C., 18 fev, 82.