Mocidade e Exílio (cartas inéditas)

superior ao Rio de Janeiro, e que não sei se esta, daqui a cinquenta anos, a igualará.

Ao deixar a legação chilena, entreguei à alemã dona da pensão, para te mandar, uma pequena mala, (propriedade do Francisco de Castro) contendo livros meus novos, que te recomendo muito especialmente, assim como um par de óculos meus e um pince-nez, que por esquecimento lá ficaram, e que espero terás guardado. Fora da mala ficaram também, além de um pacote de papel almaço, ainda fechado, os dicionários ingleses do Eduardo (1)Nota do Prefaciador. Se não te houverem remetido esses objetos, faze reclamá-los.

Como irão nossos filhinhos? Dedelia e Chiquita terão aproveitado alguma coisa durante estas férias forçadas? E João? Como estará o nosso feiticeiro? O nosso anjinho?

Para ajuizares a situação do meu espírito, minha Maria Augusta, bastará saberes que, desde que deixei o Rio, ainda não abri um só livro. Mal leio os telegramas dos jornais, à cata de notícias do Rio, nas quais aliás não podemos confiar, conhecendo os hábitos oficiais de ajeitar a verdade aos interesses do governo.

Mandei pedir ao Amaral (2)Nota do Prefaciador que se entenda