Mocidade e Exílio (cartas inéditas)

Aires. O Galicia deveria para lá partir dentro de quatro dias. Era forçoso esperar embarcado esse tempo. Foi então que se fez sinal para o Aquidaban, postado não longe dali. O Almirante Custódio de Mélo enviou imediatamente um escaler que transportou Ruy para aquele vaso de guerra, de que foi hóspede por três dias.

Jacobina Filho, cumprida a sua missão, voltou à terra em companhia de Luiz Carlos Barbosa de Oliveira. Apenas pisaram o solo, porém, foram presos e conduzidos para a casa de correção onde ficaram detidos longos meses. Ainda assim conseguiu Jacobina Júnior salvar a carta ao redator de "La Nación", que Ruy lhe confiara a bordo.

Tobias Monteiro seguiu até a Bahia, onde foi preso e remetido para o Rio onde suportou cinco meses de detenção.

Ruy conseguiu ainda mandar um bilhete de bordo do Aquidaban à sua família. O portador foi o Snr. Antônio da Costa Borlido, que para isso se disfarçou em carvoeiro. A 6 de Outubro passou Ruy finalmente para o Galícia onde foi ter sua família.

Jacobina foi prevenido por seu amigo Carrilho Videira, português, republicano e florianista exaltado, de que a sua liberdade também estava em perigo. Obteve então asilo, juntamente com seu genro Domingos Lacombe, na Legação da Bolívia, onde o acolheu gentilmente o Plenipotenciário Isaac Tamayo. Em um bilhete para ali dirigido, sua mulher lhe narra o embarque da família Ruy Barbosa: