Mocidade e Exílio (cartas inéditas)

mão de uma indústria para viver, ou para não pesar sequer, eu peso sobre muitos, — e vivo amargurado. Calculei sempre com revistas, que, na minha primeira demissão, me aguentaram bem pelo ano que ela durou. Porém, agora, quando mais amigos devia ter na Corte para obtê-las, é certo que, em todo o ano passado e neste nenhuma tenho tido! Estou dispendendo anualmente muitos contos de réis, posto que morando no mato.... como, porém, não hei de viver inerte, apático — visto que a mim mesmo me aborreço, e, apesar de meu ânimo forte, quase esmoreço, do que Deus me livre.

Vendo-me assim é natural que vá ficando bravio, insociável — porquanto nunca foi animal tratável quem vive calisto, duramente calisto. Eis aqui a fonte única de minhas grosserias para com V., para com todos os seus — para com essas excelentes criaturas, que tenho dentro da alma como não tenho a ninguém mais. Brittes mesma não tem culpa, coitada! do silêncio que parece ter guardado com suas filhas, conforme V. poderá ver das datas de cartas dela, que aqui vão para as meninas, ela há muitos meses lhes escreveu — e eu fui deixando em cima de minha mesa, adiando para irem com as minhas — e as minhas só hoje começam a principiar. Não — não creia que nesta casa V., D. Izabel, as meninas,