letras suas a mim durante tanto tempo. Antes, em todo caso, esse motivo do que os outros, de que me receava. Não me admira a infidelidade do correio; porque mais de um logro desses, e às vezes em ocasiões ainda mais graves, já me tem sucedido. De agora em diante, porém, adotarei a resolução de lhe não dirigir as minhas cartas senão registradas.
Não tinha razão o Primo de temer que conselhos seus me fossem mal aceitos. De tão bom, antigo e provado amigo desta família, atos desses nunca os recebi, nem posso receber, nem receberei senão como finezas do coração. Podem não me persuadir os argumentos; posso, pois, não seguir a indicação; mas o obséquio, o serviço, e, portanto, o meu reconhecimento serão sempre os mesmos.
Agora, de passagem apenas, uma observação acerca de um tópico da sua carta. Entende o Primo que foi a Providência quem se incumbiu de acabar o que nem a sua valia nem a de meu Pai conseguiram. Consinta-me dizer-lhe que não penso assim. Nem acho que os interesses do meu futuro merecessem à Providência isso que o meu bom parente e amigo reputa grande mercê, nem ainda quando tivesse a presunção de me julgar digno dela, admitiria que aquele que deve ser ao mesmo tempo a justiça e a bondade imolasse uma vida inocente aos meus cômodos ou aos