fosse transportada por colonos para outro ponto, igualmente delimitado, por exemplo, outra ilha. Ao cabo de certo tempo, ver-se-á surgir entre a língua do primeiro foco (F) e a do segundo (F') diferenças variadas relativas ao vocabulário, gramática, à pronunciação, etc. É preciso não supor que o idioma transplantado modificar-se-á sozinho, enquanto o idioma originário permanecerá imóvel; o inverso também não se dá de maneira absoluta: uma inovação pode nascer de um lado, ou do outro, ou em ambos ao mesmo tempo. Dado um caractere linguístico "a" suscetível de ser substituído por um outro (b, c, d, etc.) a diferenciação pode se produzir de três maneiras diferentes:
[Ver ilustração no original.]
O estudo não pode pois ser unilateral; as inovações de ambas as línguas têm igual importância.
Que é que criou estas diferenças? Somos vítimas de uma ilusão quando acreditamos que é o espaço apenas. Entregue a si mesmo, ele não pode exercer ação alguma sobre a língua. Esquece-se o factor tempo, porque ele é menos concreto do que o espaço; mas, na realidade, é dele que depende a diferenciação linguística. A diversidade geográfica deve ser traduzida em diversidade temporal. Sejam dois caracteres diferenciais "b" e "c"; jamais se passou do primeiro ao segundo nem do segundo ao primeiro; para encontrar a passagem da unidade à diversidade, é mister remontar ao primitivo "a", ao qual "b" e "c" substituíram; aquele é que deu lugar às formas posteriores; de onde o esquema de diferenciação geográfica válida para todos os casos análogos: