na carta, onde os seus limites se entrecruzam, formam combinações extremamente complicadas.(3)Nota do Autor
"Que deverá resultar do conjunto de todos esses fenômenos? Se, em dado momento, uma mesma língua reina em toda a extensão de um território, ao cabo de cinco ou dez séculos os habitantes dos pontos extremos, provavelmente, não se entenderão mais; em compensação aqueles de um ponto qualquer continuarão a compreender o falar das regiões vizinhas. Um viajante atravessando esse país de um lado a outro só perceberá, de localidade para localidade, variações mínimas; mas essas diferenças, acumulando-se à medida que ele se desloca, acabaria o viajante por encontrar uma língua ininteligível para os habitantes da região de onde partiu. Ou ainda, se partimos de um ponto do território para irradiar em todos os sentidos, veremos a soma das divergências aumentar em cada direção, embora de maneira diferente.
As particularidades apresentadas no falar de uma aldeia reencontrar-se-ão nas localidades vizinhas, mas seria impossível prever até que distância cada qual dela se estenderá".(4)Nota do Autor
Vamos ver agora o segundo caso.
"Quando verificamos que numa massa unilíngue a coesão varia de acordo com os fenômenos, que todas as inovações não se generalizam, que a continuidade geográfica não é obstáculo a constantes diferenciações, então unicamente podemos encarar o caso de uma língua que se desenvolve paralelamente em dois territórios separados.
Este fenômeno é muito frequente: assim, desde o momento em que o germânico passou do continente para as Ilhas Britânicas, a sua evolução bipartiu-se; de um lado, os dialetos alemães; de outro, o anglo-saxão, de onde saiu o inglês. Podemos citar ainda o francês transplantado para o Canadá.