os diversos povos tivessem deixado as suas posições respectivas; diferenciações dialetais poderiam e deveriam se ter produzido antes que as nações se tenham espalhado em direções divergentes. Assim, a teoria das ondas não nos dá só uma vista mais justa da pré-história do indo-europeu; esclarece-nos a respeito das leis primordiais de todos os fenômenos de diferenciação e também das condições que regulam o parentesco das línguas.
Mas à teoria das ondas se opõe a das migrações sem excluí-las necessariamente. A história das línguas indo-europeias nos oferece um bom número de exemplos de bandos que se destacaram da grande família por deslocamento, e esta circunstância deve ter produzido efeitos especiais; somente esses efeitos se acrescentam aos da diferenciação na continuidade: é muito difícil dizer em que consistem, e isso nos leva ao problema da evolução de um idioma em territórios separados.
Tomemos o antigo inglês. Destacou-se ele do tronco germânico em seguida a uma migração. Não teria, provavelmente, a forma atual, se no século V os saxões houvessem permanecido no continente. Mas quais teriam sido os efeitos da separação? Para avaliar seria necessário interrogar de início se tal ou qual alteração não teria podido nascer também na continuidade geográfica. Suponhamos que os ingleses houvessem ocupado a Jutlândia em lugar das Ilhas Britânicas; poder-se-á afirmar que nenhum dos factos atribuídos à separação absoluta não se teria produzido na hipótese do território contíguo?
"Assim a explicação pelo isolamento permanece insuficiente e superficial. Não é necessário, nunca, apelar para ela para explicar uma diferenciação; o que o isolamento pode fazer, a continuidade geográfica também o faz perfeitamente bem, se há diferença entre ambas essas ordens de fenômenos, não podemos apreendê-la.
Entretanto, considerando dois idiomas parentes, não mais sob o aspecto negativo da sua diferenciação, mas do ponto de vista positivo da solidariedade, verifica-se que no isolamento