Língua brasileira

indústria, nas artes, os estudos, sobre a maneira de falar vão sancionando todas as formas vivas, espontâneas, instintivamente pinturescas, em que se expressa o sentimento popular e que prosadores e poetas não deixam nunca de utilizar na sua arte se pretendem aproximar-se da natureza.

Em tempos que lá vão e ainda no correr do século findo, o critério do gramático consistia em constranger em moldes estreitos, fabricados pela medida do cérebro de cada um, as exteriorizações do sentimento por meio de palavras, e, como quer que as articulações da frase se lhes não acanhassem no estalão, condenavam-nas irremissivelmente".(7)Nota do Autor

Uma das noções mais elementares, hoje, em linguística, é a de que A VERDADEIRA LÍNGUA É A FALADA. Não há como desconhecer a essa língua o valor de padrão para o estudo científico da linguagem.

"A verdadeira natureza das línguas", escreveu GIACOMO DE GREGORIO, "não se revela pela língua da arte ou das escritas convencionais desta ou daquela nação, mas, sim, pela viva tradição oral, que inconscientemente aplica aquelas línguas."(8)Nota do Autor

Discorrendo acerca da "boa língua" e dos seus princípios diretores no ensino do idioma francês, observa o grande mestre CHARLES BALLY que "estes princípios se resumem na ideia central de que A PROPRIEDADE DA LINGUAGEM, A PUREZA DA EXPRESSÃO não se adquirem primeiro que tudo ao contato da língua do passado, mas pelo estudo inteligente da língua de hoje, nas manifestações mais vivas, mais vizinhas do pensamento espontâneo".

E, adiante, ao analisar os elementos da definição da ESTILÍSTICA, acentua de maneira decisiva: "Um princípio cuja importância cada vez mais aparecerá no curso do nosso trabalho", é "QUE A LÍNGUA FALADA É A ÚNICA VERDADEIRA LÍNGUA E A NORMA COM A QUAL TODAS AS OUTRAS DEVEM SER MEDIDAS".(9)Nota do Autor

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