Bandeiras e sertanistas baianos

uma com a outra, perseguem cada uma sua presa de insetos, rãs, peixes, e cada uma é perseguida por outro inimigo.

Às cegonhas possantes que se reputam rainhas destas águas dão caça as grandes águias e as onças; aos patos e às colhereiras, as lontras, aos saruês, aos maracajás e aos gaviões; às pequenas aves aquáticas, vizinhos mais fortes; a toda essa aviária irrequieta é disputado o domínio sobre as águas mais afastadas pelos jacarés, pelas sucuris e pelas terríveis e vorazes piranhas.

As aves habitam nas cercanias do rio, fazem ninhos nos juncos e nas rasantes das lagoas, completam o tempo da incubação durante os meses secos, e quando sobrevém a inundação retiram-se para as serranias marginais, quando não demandam a costa do mar, à maneira de nossas aves de arribação.

Embrenhamo-nos pela espessura e mal teríamos andado um quarto de légua quando nos apareceu, tranquila e melancólica, outra lagoa coberta de mato denso, coroada pelo sol poente. Soava ainda a nossos ouvidos a garrulice ruidosa daqueles sociáveis habitantes do ar e já estávamos transportados, como por arte mágica, a uma terra de morte.

Nem uma ave se mostrava; a terra como que parecia sucumbida; mesmo o ambiente que pesava sinistro sobre a profundidade da