Bandeiras e sertanistas baianos

do caos; — produzindo tudo a mesma impressão; a princípio confusa e aterradora, depois extraordinária, miraculosa, sublime, parecendo menos um espetáculo do que portentosa visão. Porém Paulo Afonso oferece mais selvagem poesia e maior variedade de aspectos do que o Niágara.

O rio São Francisco, que a forma, desfila, antes de chegar a ela, no meio de um dédalo de ilhas, ilhotas, recifes, pedras isoladas, de surpreendente efeito pitoresco.

De súbito, apertada entre colossais muralhas graníticas, divide-se a torrente, para o salto tremendo, em três gigantescos braços — quatro no tempo da cheia — separados por estranhos grupos de rochedos, enquanto múltiplos jatos copiosos e independentes se entrechocam no ar, projetando em todas as direções, flechas irisadas, flocos argênteos, nevoeiros diamantinos, poeira úmida.

Transposto o estreito canal, continua o rio seu curso, 80 metros abaixo, no fundo da voragem, com violência, rapidez e impetuosidade, despenhando-se ainda em pequenas cachoeiras, fumegante, retorcendo-se em vascas desesperadas, espadanando, pulando, borbulhando, com rufos, estouros, brados surdos, formidáveis e ininterruptos mugidos.