Recuemos, porém, um pouco, e vejamos, paulatinamente e com certo método, como os fatos se realizaram.
Dos últimos dias do governo de Thomé de Sousa e primeiros do seu sucessor, data o apresto para a entrada e penetração mais remota do território, hoje dito Norte de Minas, penetração apropriadamente chamada pelos historiógrafos Espinhosa-Navarro, e cuja finalidade todos estão acordes em reconhecer fora a busca de riquezas minerais, vistas as ordens da metrópole ao primeiro governador-geral, tais os rumores que não cessavam quanto sua existência e abundância, ajustando-se às notícias chegadas a Lisboa, vindas de Espanha e França. Antes destes, outros aventureiros, constituindo bandos e bandeiras, "penetraram a terra", marginando rios que desaguavam no recôncavo, não levando por muito longe suas entradas pela resistência que o gentio lhes foi oferecendo; e, por isso, sem êxito feliz nas pesquisas, aliás, não nos importando esse resultado, mas, e principalmente, o não haver atingido o Sertão, cujos limites eram o grande rio que os naturais chamavam Pará, e foi depois conhecido por São Francisco, alvo de todas as investidas posteriores, além do qual estaria a "serra que resplandece muito e que é muito amarela da qual serra vão ter ao dito Rio pedras da mesma cor a que nós