decretou que uma taxa de faróis deveria ser paga pelos navios estrangeiros. A 21 de julho de 1876, o barão de Schreiner, Enviado Austríaco no Brasil, requereu ao governo brasileiro que concedesse aos navios austríacos os mesmos direitos que aos navios brasileiros, como era costume, e que devolvesse as taxas a mais que já haviam sido pagas. Apelando para a troca de notas de 1848, declarou que elas só poderiam ser alteradas por entendimento recíproco. Em resposta, dois meses depois, o ministro brasileiro dos Estrangeiros, o barão de Cotegipe, declarava que o Brasil não mais se considerava adstrito às notas em causa e que se sentia livre para exigir novas tarifas diferenciais. A nota tratava do problema das notas de 1848 em conjunto, e declarava que elas não podiam ser consideradas como um convênio recíproco como pretendia a Áustria. Em sua resposta, de quatro de fevereiro de 1877, o barão de Schreiner declarava:
"O governo declara não mais válida a prática seguida desde a troca de notas de 1848 até o presente, segundo a qual os navios mercantes brasileiros foram tratados na mesma base que os navios nacionais nos portos do Império Austro-Húngaro"(62) Nota do Autor.
Ao receber a resposta de Schreiner, o governo austríaco enviou uma nota ao Gubernium da Marinha em Trieste, para que, a partir de 22 de março de 1877, a reciprocidade dos navios brasileiros com os austríacos fosse considerada cancelada. Não era pois uma base para a expansão do comércio no Brasil.
O ano de 1877 é talvez o verdadeiro ano decisivo nas relações comerciais entre os dois países; depois desse ano, os esforços da Áustria concentravam-se crescentemente nos Estados da América do Sul, enquanto decresciam no Brasil. Não ocorreu nenhum renascimento. As missões futuras, ainda que ressaltassem as antigas dificuldades e sugerissem modificações, aceitaram a ruptura entre a Áustria e o Brasil como fato consumado. Os relatórios comerciais da fragata "Donau", na viagem de 1883-1884(63) Nota do Autor, observam que o único produto austríaco ainda permanecendo no mercado da Bahia era o trigo de Trieste. A corveta "Aurora", numa expedição em 1884-1885(64) Nota do Autor, parou no Brasil; informou o comandante que o comércio com