As relações entre a Áustria e o Brasil; 1815-1889

Decidiu finalmente Portugal entrar em acordo para regular o tráfico de escravos, limitando-o a determinadas zonas. Em contraste com a forte pressão inglesa, Metternich assegurou ao Brasil a atitude favorável da Áustria nessa questão vital(18) Nota do Autor. Na conferência dos aliados em Aquisgrano, a Inglaterra apresentou de novo o problema do tráfico dos escravos, e decidiu-se que as grandes potências europeias deveriam fazer um protesto conjunto perante o rei de Portugal. Como a Áustria não poderia esquivar-se à petição coletiva, o seu delegado recebeu instruções para proceder de acordo com os representantes das cortes de Paris, Londres, Berlim e São Petersburgo(19) Nota do Autor. O Imperador Francisco I escreveu pessoalmente a D. João VI explicando sua posição. Finalmente a nota coletiva e a influência pessoal de Francisco I tiveram bom êxito, e o Brasil concordou em reduzir o tráfico de escravos e substituí-lo pelo fomento da imigração branca. O rei D. João VI esquematizou este plano como consta de uma carta sua ao Imperador Francisco I:

"Resolvi este problema da maneira mais conveniente sem pôr em risco de confusão geral o Brasil. Decidi substituir por colonos brancos os escravos negros. Nessa emergência preferi os métodos indiretos. O tráfico negro já diminuiu de muito, e espero que, em pouco tempo, Vossa Majestade Imperial ficará satisfeito quando vir seus desejos realizados"(20) Nota do Autor.

Posteriormente a firme pressão inglesa somente forçou algumas promessas por parte do Brasil, que não as pôde cumprir, o que constantemente favoreceu novos conflitos. O Brasil tinha de suportar a pressão, e um novo tratado de comércio com a Inglaterra, de 18 de outubro de 1825, determinou que o tráfico de escravos seria abolido dentro de quatro anos, isto é, de 1831 em diante o tráfico seria declarado pirataria e tratado nesse sentido(*) Nota do Tradutor. Mas no entanto o tráfico continuou

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