As relações entre a Áustria e o Brasil; 1815-1889

os Habsburgos empregassem a influência resultante da aliança de família com a Casa de Bragança. Concordou ela com o plano de ação conjunta, mas declinou de indicar o processo a ser seguido. A intenção de Metternich era estabelecer o príncipe D. Pedro em Lisboa e induzir o rei D. João VI a:

"(...) consentir num acordo que permita a paz em tão importante parte de seu império. (...) A corte portuguesa aproveitaria o ensejo do casamento do príncipe D. Pedro com a arquiduquesa D. Leopoldina, especialmente se o príncipe se estabelecesse em Lisboa. Seríamos os primeiros a propor essa ideia, mas agora que Sua Majestade não pode supor qualquer malícia da parte do Imperador em servir aos seus desejos, temos o direito de expor, com toda a franqueza as poderosas razões que aconselham D. João a se ocupar com o país cuja conservação é para ele da maior importância. Não que o Imperador da Áustria tema ver sua filha ligada por toda a vida a outro hemisfério, mas é movido pelo verdadeiro interesse que nutre pela glória, felicidade e prosperidade do rei D. João VI, tão desejadas por Sua Majestade.

O gabinete do Rio deverá levar na devida conta as ponderosas razões que tornam urgente que o rei D. João VI se compenetre da importância e da necessidade de estabelecer, logo que possível, o Príncipe Real em Portugal com o título e os poderes de um rei prudente"(24) Nota do Autor.

Lorde Castlereagh apresentou uma vez a proposta britânica ao embaixador austríaco em Londres, sugerindo que se instasse pela volta de D. João VI ou por meio da retenção da princesa Leopoldina, ou enviando-se a Lisboa a frota que a conduzia, em vez de ao Rio. Metternich, porém, recusou essas sugestões por que não estava interessado em vencer a luta portuguesa nas águas da Inglaterra. Pelo contrário, queria servir-se da situação para libertar Portugal da influência inglesa. Refutou, portanto, os argumentos do primeiro ministro de Inglaterra:

"A solução desta importante questão doravante só pode caber ao soberano austríaco porque no dia em que se der a entrega de Leopoldina só ao rei de Portugal cabe o direito de tomar uma decisão"(25) Nota do Autor.

Contudo, Metternich estava, agora, assaz convencido das vantagens de enviar D. Pedro a Lisboa como vice-rei. A presença em Portugal de um membro da família real certamente venceria as discórdias internas do país e as simpatias se voltariam de novo para a dinastia. Mas foi só após a instalação de uma Legação Austríaca no Rio, permitindo um contato

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