A instrução e o Império - 2º vol.

superior no Império não dá os resultados desejados, e o seu nível, bem como o do ensino secundário, tem indubilavelmente baixado nestes últimos tempos. Pouco inclinado à transportação para o nosso país de instituições estrangeiras que aqui não se podem facilmente aclimar, não acompanho cegamente o movimento da opinião que preconiza hoje o regime das universidades alemãs. Creio, porém, que algumas inovações no sentido de maior franqueza não deixariam de aproveitar, promovendo maior zelo e despertando o interesse científico no professorado. O que se deve exigir dos aspirantes aos graus acadêmicos é que saibam as matérias da profissão para cujo exercício se habilitam. Se as aprenderem melhor em cursos privados, nada deve obstar a que sejam admitidos às provas, satisfeitas as condições previstas pela lei. Cada um aprenda com quem melhor ensina e venha aferir perante os professores a capacidade que julga possuir, para gozar dos privilégios que lhe confere a carreira a que se destina. Criando-se nesta Capital uma universidade, seria ocasião de assentar-se nos melhoramentos de que é suscetível o ensino superior, no Império. O edifício que se tiver de construir para alojar a Universidade dispensará o que reclama urgentemente a Faculdade de Medicina desta Corte, que não pode continuar na parte do Hospital da Santa Casa de Misericórdia que se acha. Tanto para o melhoramento do ensino superior como para a edificação a que acabo de referir-me, são precisas despesas. Não hesito, porém, em propor, tratando-se de melhorar qualquer dos ramos da instrução pública.