A instrução e o Império - 2º vol.

grande serviço da defesa nacional contra a ignorância, serviço à cuja frente incumbe ao Parlamento a missão de colocar-se, impondo intransigentemente à tibieza dos nossos governos o cumprimento do seu supremo dever para com a pátria. Pertencendo ao continente americano, temos tido até hoje a desdita de acharmo-nos inteiramente fora do ambiente das ideias que tem sido o segredo da preservação e da grandeza da heroica república do norte, cuja civilização deslumbra o mundo. Os patriarcas, os pais da independência americana, como lhes chama o reconhecimento filial do povo, tinham a mais nítida intuição de que a cultura da alma humana é o primeiro elemento, não só moral, como econômico e político, da vida de um Estado. Washington, na sua primeira mensagem anual ao Congresso, advertia-o de que " a instrução, em todos os países, é a base mais estável da prosperidade política"; e no seu célebre "adeus" vibram estas palavras, familiares a todos os corações americanos: "Promovei, como objeto de capital apreço, instituições para a difusão geral da ciência. Quanto mais força a estrutura do governo dá a opinião pública, mais essencial é ilustrá-la."

E mostra Rui os exemplos da lição da Inglaterra, Austrália, Judia Ingleza, França, Alemanha, Áustria, Hungria, Bélgica, Holanda, Suécia, citando a despesa progressiva com o ensino público. Vale a pena citar o trecho do discurso do ministro Jules Ferry, em 2 de Julho de 1832 (meses antes de Rui apresentar o seu plano): "Muitas escolas temos exigido neste país, há quatro anos. Vai por quatro anos que nos podemos utilizar desse