instrumento admirável denominado Caixa das Escolas; e mercê dos seus serviços o ministério da instrução pública transformou-se verdadeiramente numa vasta fábrica de escolas. Este ministério institui, termo médio, três escolas ou classes por dia. Fazemos, pois, escolas com a rapidez com que o padeiro improvisa o pão. Nisso despendemos, em três anos, com a coadjuvação das comunas, que contraem empréstimos na Caixa das Escolas, uma soma superior a duzentos milhões. É muito, e a alguns pareceria que andamos talvez um tanto apressados demais, que se poderiam poupar um pouco mais as finanças francesas. Sim, é muito; mas, permiti-me dizer-vos, ainda não passa de um começo. Sabeis o que será mister fazer, e a que despesa carecemos dispor-nos, para dar a todos os municípios escolas que precisam? Em princípios do corrente ano procedemos a esse inquérito; e os prefeitos responderam-nos, à primeira vista, que além desses duzentos milhões, necessitaríamos despender mais 300 ou 350. Mas, depois, retificou-se o trabalho, ante a lei do ensino obrigatório, a qual supõe haver na França, dentro em certo prazo, tantas escolas quanto acomodam todos os meninos de idade escolar. Efetuou-se com o mais acentuado esmero esse novo trabalho, cujo resultado vou achar-me habilitado a transmitir ao parlamento. Para que, neste país, a lei do ensino obrigatório seja, não só uma forma poderosa e necessária, mas uma verdade prática, uma realidade tangível, minha convição é que a república francesa terá de despender, nos anos que vêm seiscentos ou setecentos milhões". 80 mil contos