A instrução e o Império - 2º vol.

seguramente quanto a esta matéria ideias e instituições de outros povos que podemos aceitar, modificando para que fortifiquem conforme as nossas circunstâncias; mas nem todas que as vemos vingar algures, as devemos receber sem grave detrimento do resultado. Considerados os diferentes graus do ensino, não é um só molde em que se fundem nos diferentes países as instituições da instrução pública, ainda que de idêntica natureza; o que se vê pelo cotejo dos mais adiantados, como são Alemanha e a União Americana. E qual seria o critério para que déssemos preferência ao molde alemão sobre o norte-americano, ou vice-versa, no que respeita à instrução primária, secundária ou superior? quando as nossas especiais circunstâncias exigem molde especial? Desde que o poder público reserva o direito de fundar instituições de ensino primário, secundário e superior, quer por si só, quer em concorrência com a indústria privada, ou, pelo menos, o de formar as bases de tais instituições, não pode esquecer que esses graus de ensino se prendem tão intimamente como à instrução se deve prender a educação. Assim a escola prepara para o colégio e este para a faculdade; e a escola, o colégio e a faculdade, cada instituição em sua esfera, educam o cidadão industrial, agricultor, comerciante, artista, médico e engenheiro etc. Programas de ensino adequados a este pensamento, um pessoal docente formado em escolas normais instituídas de acordo com ele, e a inspeção que cabe ao Estado, como manifestação orgânica do direito, tais são, ao nosso ver, as bases em que se deve firmar a instrução pública.