Os bororos orientais. Orarimogodogue do Planalto Central de Mato Grosso.

manopa, "dois papagaios", o kwiddo, "arara amarela e azul", o buke, "tamanduá bandeira", o apogo, "tamanduá-mirim", o rie, "lobo", o mea, "cotia", o pai, "bugio", o jukwo, "macaco comum", o turubare, "pato", o kugo, o kuno, "papagaios", keakorogo, xuruí, "pássaros", iwe, "porco espinho", geriguigui, "tartaruga", etc.

Dos aroroe, há também: os ippie, "lontras", o jomo, "outra variedade de lontra", o aíje, "hipopótamo", o jugo, "caitittl,", os nabure, "arara vermelha", o tamigui, "anhuma", o bakuguma, "harpia".

Pais dos iwaguddudogue, são o mariddo, "buriti", o karau e o dere, "dois pássaros", o xuagge pobureu e o okiwa, "capivara", etc.

Dos apiburegue, o adugo xoreu, "onça preta", o kurugugua, o aroexeba, "dois grandes pássaros rapaces", o baxe cogúiu, "tuiuiu", o cuiemammo, o kuiegge, o xugui, o akurara, etc.

A sorte colocou-nos em mãos os elementos suficientes para podermos explicar o valor da lista de antepassados, ao menos da estirpe dos baaddagebague. Pelo mito sobre a origem do Bakororo e Itubori, que, parece, foram os primeiros baaddagebague, mostra-se como esses dois heróis foram verdadeiros filhos de adugo.

A LENDA DE IPAREXEBA

Os baaddagebague - famílias do chefe da aldeia - consideram os odogue, "socós", seus antepassados, primogenitores como dizem.

Com a lenda de Iparexeba explicam aos filhos por que motivo assim pensam.

Uma vez, Iparexeba, um baaddageba xobugutu, foi à caça e viu por primeiro, os odogue xoreugue e os odogue kujagureugue, "socós pretos" (phimosus infuscatus) e vermelhos (ibis rubra) que emitiam suas vozes próprias (som explosivo, gutural e nasal que se obtém com a boca fechada: um, um; um!)

Como este é o grito das almas dos orarimogodogue mortos, apossou-se daqueles espíritos e os levou para casa. Considerou aquelas aves como portadoras das almas de seus antepassados; portanto, nelas passariam algum tempo, após a morte, também a alma dele e de seus pósteros.

Voltando à aldeia, contou que vira os seus antepassados e que não os daria a ninguém. Mas, um dia, o seu colega, o baaddageba xebeguíu, viu o o kujagureu, "socó vermelho", no pátio da aldeia e o furtou. Ao Iparexeba contou depois que tinha visto o o kujagureu e que dele se apoderara. Então lhe disse Iparexeba: "Restitui-me o o kujagureu para que seja meu e no mesmo possam encarnar-se depois da morte a minha alma e a dos meus descendentes; dar-te-ei o o xoreu". E assim foi. Agora o kujagureu está entre os maiores dos baaddagebague xobuguiugue e o xoreu entre os avós dos baaddagebague xebeguiugue.

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