Os bororos orientais. Orarimogodogue do Planalto Central de Mato Grosso.

mata é o pátio do tatu canastra; o lambedor é o pátio do queixada; a cabeceira é o pátio do veado; a campina é o pátio do tamanduá; o córrego é pátio do cágado, a cabeceira é o pátio do tatu peludo.

Estrofe 4.ª:

O pano é o vestido da pele da anta; o metal é o vestido do seu pé; o itubo é o vestido de suas costas; o metal de sua mão; o butore de sua boca; a cauda das araras é sua orelha; o toro é o vestido de seu peito; a tinta preta é o vestido de sua boca.

Estrofe 5.ª:

Pano no qual suou a anta, (aquele mesmo); no pano grande no qual suou a anta (aquele mesmo) etc., etc.

Estrofe 6.ª:

As antas grandes tem o pé dentro do lambedor; tem os peitos no lambedor; tem as costas; tem as mãos, a boca, as frontes, as faces da cara, as orelhas, os cabelos no lambedor.

Estrofe 7.ª:

Por cima do pátio do aribugu, há um arco dos aroe, pintado como bakororo; com os enfeites de bakororo; com o vermelho de bakororo, etc.

Estrofe 8.ª:

Leva o ika para anta, arre! para a grande anta; para anta alta; para anta cumprida, etc.

Estrofe 9.ª:

O fogo vai no princípio da mata; no meio da mata; no limite da mata; por cima da mata.

Estrofe 10.ª:

No lambedor das araras a anta já se vai nele; a anta grande, a anta alta, a anta redonda, a anta comprida, a anta fêmea, a anta filhote, antas que vão juntas, antas que vão de lado, antas que vão se encontrar.

Estrofe 11.ª:

A anta já vai onde há a passagem do rio; a grande anta, a anta alta, a anta redonda, a anta comprida, a anta fêmea, a anta filhote.

Estrofe 12.ª:

A anta já vai onde o caminho entre na água; a anta grande, a anta alta, a anta redonda, etc. (como acima).

Estrofe 13.ª:

A anta já vai na mata; a anta fêmea já vai no taquaral, anta alta fêmea no morro; tatu canastra (já vai) no capim da mata, o queixada no lambedor, o veado na cabeceira, o tamanduá bandeira no campo, o cágado no córrego, o lobinho na campina, a ema no capinzal, o tatu peludo na beira das cabeceiras.

Estrofe 14.ª:

(Ó almas) fazei que o jaó grite para nós; que o chefe macaco grite para nós; o macaco novo, o macaco criança, o chefe bugio, o bugio pequeno, o bugio criança, o quati, o quati chefe, o quati moço, o quati criança, fazei que gritem para nós.

Os bororos orientais. Orarimogodogue do Planalto Central de Mato Grosso. - Página 387 - Thumb Visualização
Formato
Texto