PREFÁCIO
Craveiro Costa nasceu em Maceió. Morreu há pouco mais de um ano e não tinha dobrado ainda a casa dos 60. Luis Lavenére, que o substituiu como Secretário Perpétuo do Instituto Histórico da sua terra, e que, por ser um espírito reto e justo, é muito parco de elogios, disse dele esta história curta e certa:
"É frequente dizer-se que não há homem insubstituível.
Desta vez houve um: Craveiro Costa, fundador e diretor de um serviço público que se extinguiu com a sua ausência — a Repartição de Produção e Trabalho.
Morreu como um soldado deve morrer: no seu posto...
Viveu como vive um funcionário público: "pobre".
(Rev. do Inst. Hist. de Alagoas - vol. XVIII - Ano 61 - 1936 - pag. 118)
Entre os escritores modernos, perdidos na costa d'África da província, ele merecia, com absoluta propriedade, a qualificação de maravilhoso.
Não "maravilhoso" no sentido fácil de fantástico, assombroso ou o que quer que fosse no gênero exagero: mas na significação exata e gramatical de "cheio de maravilha" — capaz de fazer sempre milagres.
Não era aquele "estilo à procura de um assunto", como se disse de Latino Coelho. Ele nunca se preocupou com a fama, e nunca se deixou empolgar pela fome de celebridade