ou que soubesse falar outra língua que não a sua. Encontram-se hoje no mundo do Rio de Janeiro numerosos rapazes e moças que se exprimem correta e facilmente em inglês ou francês e às vezes nos dois idiomas.
"Compreende-se bem que só falo aqui de um modo geral, porque sempre houve no Rio de Janeiro, sobretudo desde a chegada da corte do rei João VI na América, em 1808, pessoas eminentes por sua educação e maneiras, e homens notáveis pelo saber.
"Lembro-me que, entre estes últimos, citavam-se os irmãos Andradas, homens de Estado, de reconhecido mérito, que teriam secundado o imperador D. Pedro I conduzindo o Brasil para uma grande prosperidade, se tivessem conhecido melhor a verdadeira situação da sociedade neste vasto império. Recordo-me também com prazer do conde de Sabougal, embaixador de Portugal, diplomata estimado, poeta gracioso e amável, que não cansávamos de ouvir quando, à tarde, sentados em sombras frescas e perfumadas, ele nos recitava suas doces elegias. Nessa primeira época (1824) éramos recebidos na boa sociedade do Rio de Janeiro, mas só aí éramos acolhidos. Em círculos menos elevados, não era sem desconfiança que nos admitiam. Era por timidez, por temor da crítica ou simplesmente pelo