Visitantes do Primeiro Império

Angola e de Benguela, preferidos, a princípio, por sua paciência e pela facilidade de suportarem os trabalhos mais penosos. Mas os Angoleses, no dizer de Freycinet, são brutais, eminentemente preguiçosos, trabalhando com negligência e os mais lentos de todos os negros.

Eles e os de Benguela aprendem com muita facilidade o português. Sempre dispostos, vivos, muito alegres, sem rancores, os de Cabinda são preguiçosos, porque em suas tribos são as mulheres que trabalham mas, quando apanhados antes dos 20 anos, e bem dirigidos, são ótimos serviçais, notáveis por sua habilidade. Os Congolenses apresentam as mesmas qualidades e defeitos; os de Moçambique passam por ser bons trabalhadores, aptos principalmente para as funções de marinheiro, carvoeiro, etc. mas são excessivamente mentirosos.

Todo esse mísero gado humano, trazido das plagas ocidentais da África, era vendido na rua do Valongo, apertada entre o outeiro da saúde e o morro do Livramento, naquele mesmo local determinado pelo marquês do Lavradio. Ainda quando por aqui esteve Maria Graham, de um e outro lado da rua estavam os armazéns do mercado nefando, onde os recém-chegados são simplesmente chamados peças (*) Nota do Autor.