Visitantes do Primeiro Império

de sopranos, como outrora se fazia muito em Nápoles; a sensação produzida por elas é de uma natureza tão nova como inesperada".

Referindo-se às festas dos templos do Rio de Janeiro, diz Freycinet: "Assisti um dia a uma festa religiosa que teve lugar na igreja de Santa Luzia, se é que se pode dar esse nome a uma reunião considerável de pessoas que parecem ter-se reunido no lugar santo apenas para ver e ser vistas e ouvir boa música. Geralmente as mulheres aqui só saem para ir à igreja: não digo que seja por isso que as festas sejam aí tão frequentes, mas o são extremamente, e se celebram quase todas as noites. O que parece singular é que o anúncio é feito não só pelo repicar dos sinos, mas por fogos de artifício, queimados em pleno dia e várias vezes. Vi aí muitas portuguesas que me pareceram mediocremente bonitas; eram no entanto em sua maioria sedutoras moreninhas; elas vêm a estas festas de igreja vestidas com mais elegância que modéstia e quase como o fariam para o baile ou para a ópera, o que tornava crível o partido que as intrigas de amor, ao que dizem, tiram destas reuniões. Mas o que há de mais pasmoso, a meu ver, para uma pessoa educada em França e habituada, portanto, a encontrar nos eclesiásticos, no altar, atitude piedosa e recolhida, é ver os deste país, quando chegam ao