em sua beleza, tudo rende preito a esta baía que a cada qual excede de modo diverso. Soberbas montanhas, rochedos de colunas superpostas, erva luxuriante, claras ilhas floridas, praias verdes, o todo misturado ao casario branco; cada outeiro coroado de sua igreja ou fortaleza, navios ancorados ou em movimento, e inúmeros botes velejando, num clima tão delicioso, combinam-se para tornar o Rio de Janeiro a cena mais encantadora que a imaginação possa conceber\".
E A. De La Salle, contando a viagem de La Bonite (1836), a penúltima das do período que nos propomos a analisar, é ainda mais entusiasta. Diz ele:
\"Todos os viajantes sentem prazer em celebrar a beleza da baía do Rio de Janeiro. Lendo-lhes os escritos, sentimo-nos tentados a ver um pouco desse exagero que é o apanágio proverbial dos narradores que vêm de longe. E, no entretanto, quem pode gozar este magnífico espetáculo, acha-o muito acima de tudo que os livros lhe ensinaram.
Qual a narração que não pareceria pálida e gelada ao visitante que chega à noite a esta baía de dez léguas de extensão, quando, no fundo de um céu puro, levemente colorido de alaranjado e róseo pelos raios do sol poente, vê desenharem‑se nas vagas luminosas as graciosas