Visitantes do Primeiro Império

Começam apenas a fazer exceção algumas casas de campo em Botafogo (até fins do período colonial apenas habitado por pescadores e ciganos) e de Laranjeiras, referindo-se Maria Graham particularmente à casa em que morava o conde de Hogendorp, general de Napoleão, com uma espaçosa varanda.

Quando aqui esteve Rugendas, a situação continuava a mesma. Nas ruas da cidade, estreitas, cortando-se em ângulos retos, as casas muito esguias se elevavam, com suas janelas altas, num contraste desagradável entre a altura e a largura muito exígua das casas, sem nada do que caracterizava a construção em outras regiões tropicais. Começava-se a construir melhor na Cidade Nova, \"no arrabalde de Santana\", mas em Mata-Porcos e Catumbi as ruas eram sinuosas e as casas verdadeiras cabanas, espalhadas ao acaso, sem nenhum alinhamento, ou aglomeradas, espremidas umas nas outras, entre a colina e o mar.

Como para a arquitetura, o mobiliário e decoração das casas procuravam copiar servilmente a moda europeia: móveis, cortinas, cornijas, pinturas de mau gosto, alguns dourados parcimoniosos. Não se veem molduras nem tapeçarias, começando a aparecer algumas casas forradas a papel, papel barato importado de França. Vejamos o que refere Freycinet: \"Embora tenham

[link=18231]Ilustração - A casa de Hogendorp em Laranjeiras[link]
[link=18232]Ilustração - Vista de uma parte da cidade e do grande aqueduto do Rio de Janeiro[link]