O Vale do Amazonas

classificações mais gerais: estado, sexo, naturalidade, condição e cultos. Depois abrangerá as indústrias, depois as rendas, depois os bens, depois a condição das terras e da propriedade imóvel; e assim progressivamente a estatística do país passará a ser o seu retrato, ou, na frase do grande mestre Schloezer, a história do presente. Só por si o conhecimento exato da população urbana, em suas classificações mais largas, será de um alcance imenso para grandes medidas de administração, de política e de finanças. A niguém escapa a multidão de embaraços e de incertezas que cercam o legislador e o governo na falta de dados positivos sobre a população livre e escrava, nacional e estrangeira, etc. Conhecida exatamente a população urbana, ainda quando a rústica só o possa vir a ser mais tarde, teremos uma base importante para os cálculos aproximativos acerca da totalidade dos habitantes do Império, cálculos que hoje não assentam senão em induções vagas e em fantasias pouco sérias.

A província do Amazonas, dizia eu, é um deserto. Esses 40.000 habitantes pertencem a um território que, no litoral do grande rio, do morro de Parintins (divisa com o Pará) a Tabatinga (fronteira do Peru), mede 370 léguas. Em toda essa extensão apenas se encontra nove povoações: Vila Bela, Vila de Serpa, aldeia de Cudajaz, paróquia de Coary, cidade