O Vale do Amazonas

desertos e à sombra de cujas florestas o espírito agitado repousa das fadigas e liberta-se das tristezas, onde o espetáculo da criação apura os sentimentos varonis do homem, onde a alma enrugada pelos ventos frios da sociedade se expande e reverdes, onde a robustez do pensamento, que se eleva contemplando, o modera, acalma e fortifica.

O êxito feliz da viagem eu o esperava da gentileza dos habitantes do Amazonas, de amigos estimáveis, a quem não recorri debalde no intuito de alcançar informações necessárias.

Ajuntou-se a esse auxílio geral o que espontaneamente e sem solicitação minha dignou-se prestar-me o respeitável cavalheiro que dirige os negócios do Ministério da fazenda, recomendando às estações fiscais daquela parte do Império houvessem de dar-me os esclarecimentos que pedisse. Servindo-se anunciar-me isto, em carta de 19 de agosto último o Sr. conselheiro Dias de Carvalho dizia-me que, constando ao governo que eu projetava uma viagem às regiões do Amazonas, tinha resolvido aproveitar-se de minha presença nessas paragens para incumbir-me de visitar as novas mesas de rendas criadas por decreto de 31 de dezembro de 1863. Esperava S. Ex. que eu estudasse os resultados obtidos do dito decreto, os seus inconvenientes e meios de remediá-los; o modo como funcionam aquelas estações, e se foram bem colocadas ou se convém transferi-las. O nobre ministro