O Vale do Amazonas

nem o tempo perdido, nem as fraquezas, nem as incertezas, nem o mistério, com que foram dirigidos os nossos negócios em Assunção; haverá quem, educado por esses infortúnios passados, ainda estremeça pelo futuro. Mas aquilo sobre que nenhuma dúvida já pode existir, é que com o fumo das batalhas se está desvanecendo a tradição portuguesa, que impecia os movimentos da nossa diplomacia. A política exterior do Brasil, nos últimos anos, entrou em uma fase nova; inspira-se no pensamento liberal dominante no país.

Por trás das cenas de sangue, é lícito enxergar o fundo do quadro: a atitude do Brasil em relação aos Estados vizinhos.

Eis o Paraguai invadido e bloqueado. Mais de cem mil contos consumidos, muitos milhares de homens fora de combate. Para que?

Não há de ser, estamos disto certos, para se renovarem tratados e convenções como os de 1856 e 1858: exigiremos de um povo libertado a prática da liberdade, no respeito ao estrangeiro, na garantia da propriedade, no exercício de todos os ramos do comércio, na franquia de todas as comunicações interiores, terrestres ou fluviais, na abolição dos passaportes e licenças, no mútuo comércio entre os dous países, na observância fiel do princípio da livre navegação.

Mas, entretanto, o que faremos do Amazonas?