O Domínio Colonial Holandês no Brasil

Ao começar os meus estudos na primavera de 1910, muito longe estava de prever que somente depois do decurso de uma década chegaria esta obra ao seu termo. Somente o manuseio dos Documentos do Brasil, conservados em Haia, tomou quase quatro anos completos. De agosto de 1910 até o princípio do semestre do verão de 1911 foram-me concedidas férias pela Universidade de Heidelberg para ir à Holanda a fim de dedicar-me exclusivamente ao exame dos manuscritos. A minha esperança de poder assenhorear-me pelo menos das rumas de Atas do Arquivo da Companhia não se pode realizar. Cheguei apenas até o ano de 1642, e montões de cartas ficaram ainda à espera de disquisição. Julgando, por motivos profissionais, não dever protrair a minha licença, dirigi-me ao Dr. Th. van Riemsdijk, então na administração do Arquivo Real de Haia, para consultá-lo se não seria possível alcançar que me fossem enviadas para Heildeberg as peças que ainda me faltavam.

Riemsdijk imediatamente interessou-se pela minha pretenção, perante o Ministério do Interior da Holanda, e obteve para mim a concessão de poder examinar na Biblioteca da Universidade de Heidelberg os referidos papéis de arquivo. Do fim de julho de 1911 até janeiro de 1914 os fascículos, um após outro, fizeram a viagem de Haia para a Alemanha do Sul e vice-versa. A generosa obsequiosidade das autoridades holandesas deram azo a que eu pudesse dilatar os meus estudos em todas as direções, e me tornasse por fim senhor do gigantesco material posto à minha disposição.

Quanto mais, porém, eu me engolfava no assunto, tanto mais crescia em mim o desejo de fazer

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