Estudos Históricos e Políticos

Tasso Fragoso, enfeixando e desenvolvendo suas belas conferências da Escola do Estado-maior, pronunciadas nestes dous últimos anos.

Talvez, entretanto, não seja inoportuno rever aqui um juízo corrente sobre Osório, juízo que o descreve como tático admirável, mas fraco estrategista. Neste ponto, certo, Caxias lhe foi superior, sendo mesmo o maior nome a citar na história militar de nosso continente, na difícil ciência e arte de levar as tropas à batalha vitoriosa. Seria injusto, porém, negar a Osório o sentido da manobra. Mais acertado fora apontá-lo como exímio manobreiro tático, e disso superabundam as provas.

Visão do combate, de seu constante equilíbrio instável, de seus pontos fracos e dos meios de acorrer às deficiências; noção das ordens a dar, dos desbordamentos a realizar, dos exemplos a infundir; percepção instantânea das providências precisas para restabelecer com energia situações comprometidas; todos esses difíceis predicados do guerreiro inato, ele os possuía em grau brilhante.

A manobra do Passo da Pátria é uma prova. O inimigo ignorava como decidir se o ponto de passagem escolhido no Paraná seria Itapua, ou Itati, ou mesmo Itapiru, fortemente batido pela artilharia de Villagran Cabrita, colocada na ilha que lhe tomou o nome. Finalmente foi surpreendido pelo movimento desbordante da Ponta da Confluência, na qual Osório, seguido de seus ajudantes de ordem e de seu piquete, 12 cavalarianos ao todo, desceu o primeiro no território hostil, em 16 de abril de 1866; só depois foi reforçado pela infantaria do 2º de Voluntários comandado pelo major Deodoro da Fonseca. A 18 de abril, o forte de Itapiru, já em ruínas, foi evacuado pelo inimigo, e aí se estabeleceu Mitre, em seu quartel-general.

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