trabalho e por sua situação única e excepcional, conservador da doutrina herdada; zelava até seus pontos discutíveis e os exalçava ao mesmo nível da lição inatacável.
Mudara o cenário político. Meio século havia transcorrido sobre as relações do Brasil com as demais nações. Interdependências novas haviam sido criadas. fatores tinham evoluído, outros surgido. Mas Cabo Frio não variara, e seu grande espírito, respeitável entre quantos mais o foram, regia a orquestra da diplomacia segundo o mesmo cânon imutável.
Nessa atmosfera havia morrinha de estufa. Cumpria e urgia trazer ao ambiente mais luz e ares menos respirados.
Rio Branco abriu essa janela para o mundo moderno, a fim de restabelecer a nitidez da visão política.
Nunca lhe faltou o auxílio dedicado e leal do velho diplomata. Sempre lhe esteve ao lado a amizade segura e inquebrantável do emérito visconde. Talvez fosse menos constante a aprovação do antigo conselheiro perpétuo do ministério aos rasgos do novo chanceler, que abria rumos novos à vida internacional da nossa terra.
Dous homens, amigos e profundamente respeitosos um do outro, cada qual sinceramente empenhado em tributar a seu companheiro as homenagens justificadas por um acervo de imensos serviços. Dous sistemas, dous conceitos divergentes: o passado de um lado; o futuro, filho de nossa História, do outro.
E a divergência nos processos tinha por epílogo a conciliação dos dous altos representantes de métodos diversos em um ideal comum de grandeza para nossa pátria.
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