Estudos Históricos e Políticos

Foi um erro. O tratado em nada influiu na formação desse ambiente, que se estabeleceu espontaneamente. Erro diplomático como provou o laudo de Grover Cleveland. Mas, principalmente, erro político, porque, não lhe podendo dar assentimento o Congresso Nacional, a consenso do próprio negociador, ficou um fator deletério no meio internacional: a impressão de que se iniciava nas nossas relações exteriores um período de hesitações, de flutuação nos rumos seguidos, de incertezas no pactuar.

Coincidira a rejeição com a série de dificuldades internas, já citadas. O descalabro financeiro evidente, as lutas pelo preenchimento da primeira presidência constitucional; grave embate entre o espírito exclusivamente civil, que aspirava a colocar Prudente de Moraes na curul suprema, e o espírito político, que, reconhecendo em Deodoro o grande fator decisivo na proclamação da república, não podia permitir se negassem tais serviços e, por isso, o elegeu para a primeira magistratura legal do país. Rancores de natureza vária, que culminariam com o 3 de Novembro. Pródromos da derrubada de situações estaduais, consecutivas à restauração da legalidade em 23 de novembro de 1891.

O Brasil, vindo da paz do Império para a agitação irrefreável de certos países desgovernados, baixara de nível como valor internacional.

Começavam as guerras civis. Das deposições dos governadores aos combates contra o federalismo, no Sul, e à revolta da esquadra, mais três anos haviam decorrido, de sangue e de luto. Mais se atufava no descrédito o nosso país. Processos postos em prática; doutrinas invocadas; tudo justificava o descaso com que era tratado pelas potências estrangeiras. Dias sombrios, esses.

Na opinião da Assembleia dos Povos, já não éramos o modelo sul-americano. Confundiam-nos com os governos

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